quarta-feira, 31 de julho de 2013

Uma pessoa habitua-se

O sino da Igreja a tocar de 15 em 15 minutos? Uma pessoa habitua-se e ainda que o note nas primeiras 2 noites, depois passa a ser apenas balada de fundo em noites de insónia.

As melgas decidem entoar a 9ª sinfonia à volta da tua cabeça e não dormes na primeira noite em que elas ressurgem? Uma pessoa habitua-se, ou melhor, besunta-se com repelente e a 9ª sinfonia em melguês passa a ser um fenómeno ignorado.

A ausência de alguém em quem amarfanhar os pés durante a noite é chata? Uma pessoa habitua-se e aprende a apreciar outras coisas como o espaço na cama (às vezes).

Deixamos de poder ver Sex &The City de forma religiosa? Uma pessoa habitua-se e quando se regressa à série ainda é mais espetacular vê-la, mesmo que a Carrie tenha esbardalhado a relação com um tipo que era bem o meu tipo e muito melhor que o Big, embora não o fosse à primeira vista (costuma ser assim na vida real).

O meu cão ganhar tiques de caniche e latir à minha empregada quando chega de manhã numa versão mais irritante que asssustadora? Uma pessoa habitua-se, às tantas ignora os latidos de caniche e dorme os primeiros longos sonos de férias...

E se uma pessoa se habitua a tanta coisa, claro que se vai habituar ao selvagem, se não dorme na primeira noite, há-de dormir na segunda, uma pessoa habitua-se, para quê estar aqui com dramas!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Andava ela tão livrezinha e agora vai-se meter no selvagem!

Estou na extrema urgência de uma to do list para organizar pendências. Enquanto não me traz as paixões, a segunda metade de 2013 está a fornecer-me um curso intensivo sobre como lidar com imprevistos e sobre como manter os meus níveis vitais estáveis perante momentos em que planos poderão ser não-planos em menos nada. Assim me encontro, pois, a tentar organizar em dois dias o que era suposto organizar numa semana. Parece-me uma boa formação e conto com o meu novo aliado, que promete ser um cérebro substituto para me ajudar a agilizar a minha vida e não apenas um fornecedor de momentos de distração exploratória. Pois, bem sabeis em que é que eu já perdi mais tempo hoje. Entretanto preparo-me para iniciar as férias em condições mary janísticamente improváveis... Se não vier melhor, mais forte (enfim, nada de mais positivo) virei certamente com mais experiência!

Da vossa parte, uma ajudinha, um kit de sobrevivência para campismo selvagem (ou simplesmente para o não-selvagem), o que deve incluir?

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mais um piqueno...

E mais um luxo de consumo, numa época em que os luxos são condenados. Quase que chego a ter remorsos antes de sequer experimentar o prazer que poderá estar associado ao bichano e em vez de o anunciar sinto necessidade de o guardar baixinho. Isto será evidente também pela necessidade que sinto de explicar esta compra, agora. Pensei muito nisto como uma questão de agora ou nunca - desde o Natal que ando a arrastar um nokia à prova de guerra certa de que tinha que arranjar um telemóvel novo. Recentemente, após o aniversário, pensei que se não fosse agora, e dado que nos próximos meses, sem perspetivas, terei de ser poupadinha-poupadinha-poupadinha, não seria nunca. E a ser telemóvel novo, quase o meu prémiozinho pelo período em que trabalhei, que seja smartphone, com toda a tecnologia a que ainda não me habituei mas à qual devo habituar-me. Entretanto, com o Maczinho, convenci-me que o smartphone também tinha de vir anexado de maçã e adiei, adiei, adiei - ver a minha conta depenada, por muito que estivesse a pensar num usado, não é coisa para me convencer facilmente. 

O click deu-se quando me apareceu um espécime com garantia ainda quase de 2 anos inteirinhos e um descontozinho simpático para um telemóvel teórica e praticamente novo.  É a pior altura do ano para começar a lidar responsavelmente com um destes - tenho o cérebro em modo tractor sem combustível e a probabilidade de o largar por aí, diz o meu pai, é imediata; o M. simplifica e diz apenas que vou ter que gastar dinheiro (DINHEIRO, NÃÃÃOOO) numa app que é o tracker ou qualquer coisa do género e que me encontra o telemóvel. Mas fora de lamentações, e por muito que seja a pior altura do ano em termos de despiste, é o meu prémio caraças, há que desfrutar!  Desfrutarei e venho cá contar nos entretantos...

A mulher tem planos

E se é para apaixonar um deles passa por andar mais por aí. Gosto muito dos meus momentos a solo, mas a verdade é que se uma pessoa está no mercado tem de estar em evidência, tem que revelar ao mundo a sua existência. Portanto, para quem ficou tremendamente entusiasmado com a novidade de ontem, que é ainda uma não-novidade, mas uma atitude perante a vida, fiquem a saber que estão a ser tomadas medidas. Em termos mais directos permito aproximações, e não mordo e espezinho os senhores, mesmo aqueles que tentam aproximações de laser na noite. O problema é que se tenho o feeling que me vou apaixonar, esse mesmo feeling também me diz que não será cá, mas, pronto, se não for, vou treinando a atitude.

domingo, 28 de julho de 2013

I've got a feeling - vou apaixonar-me

Por muito que olhe à minha volta e ache essa possibilidade remota, estou com o feeling que me vou apaixonar em grande e a sério, again, nesta segunda metade de 2013. Talvez isto signifique só que estou finalmente disponível e com tranquilidade para isso... De tal forma que mesmo com o feeling se não acontecer é porque não tem que acontecer e serei capaz de encarar esse acontecimento leve como uma pena, tal como me sinto agora.

sábado, 27 de julho de 2013

Esta coisa de ter uma estrelinha

Às vezes acho que tenho uma. E que se calhar todos temos e que éramos bem mais felizes se houvesse um GPS interno que nos traduzisse em linguagem clara e directa o que é, onde está exatamente e como a realizar o melhor possível. Esta estrelinha é uma coisa tão forte que é daquelas coisas que nascem connosco e não que se formam ao longo do crescimento. Ainda ontem à noite discutia isto. Porque às vezes sinto que é como se esta estrelinha, que está aqui prostrada no meu peito ou sabe-se lá onde, não impedisse o meu caminho caso esteja a seguir outras rotas, mas se encha de luz e de brilho e de um "não saias mais daqui" gritados ao coração se por acaso estou na rota certa. E quando brilha, brilha de uma forma tão sem esforço, como se aquilo que faço em determinadas circunstâncias fosse exatamente o que é suposto... Talvez tenhamos jeitinho para várias coisas, vocação para várias coisas, mas a estrelinha é aquilo que nos é tão inato que é provavelmente das coisas mais verdadeiras que há em nós. A minha estrelinha é a minha veia artística. A minha tendência a parecer um bicho bem diferente de mim, mas, na verdade, exatamente igual a mim de cada vez que piso palco. Acho que a minha veia artística era coisa para andar atada a mim estivesse eu onde estivesse. A diferença é que, por exemplo, se tivesse nascido noutros sítios a forma de eu a expressar seria ligeiramente diferente, mas ela estaria lá tenho quase a certeza.

E isto faz-me pensar que talvez seja no palco que a minha vida tenha de acontecer. Mas que talvez este palco em que habito agora seja demasiado pequeno para ela acontecer. Talvez venham aí grandes mudanças...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

God bless some free time

Estou a começar a ficar com os pés no ar. Finalmente estou a pensar no que vou fazer da minha vida daqui para a frente e já me estou a atropelar em ideias produtivas que estão por aí na cabeça a navegar e  no papel a começar a germinar, por um lado, e por outro a fazer mil coisas ociosas que queria ter tempo fazer há séculos. Acho que vou ter de estruturar um horário para o meu novo emprego de desempregada. Meanwhile, aconteceu-me uma cena à filme. Imaginem o que é o M. dizer que me queria apresentar à avó, que pode morrer não tarda nada, para dar uma alegria à senhora que ficou chocada quando ele lhe disse que só casava lá para os 35. "É um favor e não te apresentava como futura mulher, mas como uma namoradita, vá!". Eu fui sugestão da mãe, diz ele. Hoje vou largar a cobardia que nestes momentos frequentemente me acompanha - há mais de uma semana a que entretanto me resguardei a um quase total silêncio - e o medo de perder alguém de quem gosto pelo facto de já não estarmos exatamente na mesma onda para falar e ver se isto foi mesmo só um pedido casual ou se há cá bicho.

sábado, 20 de julho de 2013

Sentei-me no sofá

Ou melhor, quase deitei, estática, imóvel, passiva como as estátuas e achei espetacular. Entretanto, depois de 10 minutos em estátua, que me souberam pela vida, comecei a pensar nos meus afazeres. Tenho-me ausentado, eu sei, mas assim que conseguir ter vários momentos de estátua volto à carga.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Persuadir na escolha de cereais by abuélita

De manhã, ao pequeno almoço, apeteceu-me cereais para variar do pão. Mas temi que os cereais fitness de que a minha avó dispunha soubessem a pacote e rejeitei.

Não, isso é fraco.
[A minha avó vira a caixa dos cereais para o verso e sugere] Não, olha para aqui.
O que tem?
[Insiste posicionando-me os cereais a milímetros do nariz] Olha para aqui!
Hmm?! Não estou a perceber.
Estas todas jeitosas comem! É bom!

Foi  puro nonsense. E evocou-me aqueles natais da infância em que tentavam convencer-me que não, não precisava de ir levar aos correios a carta que tinha redigido com extrema dedicação, porque podia escolher, através dos anúncios de televisão, quais os brinquedos que queria e o pai Natal, que lia pensamentos, ia saber exactamente o que eu queria. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Menina do vôvô

Pus-me à flor do cunho para levar o meu avô a dar uma volta ao quarteirão, mais de 3 semanas depois da operação. Finalmente voltou a respirar rua e a ultrapassar a barreira das paredes em clausura ao mundo lá fora. Paredes muitos dias seguidos são perigosas. São um caixote que nos torna quadrados, bem sei. Por isso, a passeata, mesmo que breve, soube-lhe bem a ele e melhor a mim. Passeei-me orgulhosamente ao lado daquele que há uns dias atrás me disse - estás a surpreender-me, parece que andas sempre na lua, mas tens uma maneira de ser e resolver as coisas fora de série. Ele também me surpreende. Tanto, tanto. E não merece menos do que uma autêntica menina do vôvô.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Bikinis brasileiros: 1/4 bikini, 3/4 paisagem

Apaixonei-me por um bikini brasileiro, como é pecado fatal habitual. Encomendei um pela internet, pela primeira vez, que chegou hoje, e se na parte de cima um humilde S não me levantou quaisquer dúvidas, para a parte de baixo, e para não ter um rabo tão descarado quando ando de bikini em que se vislumbra, de facto, 1/4 de bikini com 3/4 de paisagem a céu aberto, encomendei um tamanho M. Diria que, com sorte, a cuequinha que veio hoje cobre uma nálega. Posto que a cuequinha serve para ocupar não apenas uma nálega, mas as duas, o meu rabo passa a ser ocupado por: 1/2 bikini e 1/2 paisagem - é um upgrade bastante aceitável.